Um mês depois de estrear em circuito norte-americano, “Garota infernal” chega aos cinemas do Brasil nesta sexta-feira (23) como um dos filmes, digamos, mais quentes da temporada. Não só por ter como protagonista Megan Fox, a número dois da lista das “hot 100” da revista masculina “Maxim” deste ano, mas também por trazer nos créditos e nos cartazes de divulgação a respeitável assinatura: “dos criadores de ‘Juno’”.

Sensação indie de 2007, “Juno” pegou o mundo do cinema de surpresa com a história simples, comovente e incrivelmente brilhante de uma garota precoce de 16 anos que fica grávida do amigo depois de uma desajeitada transa na cadeira do quarto dele, mas resolve ter a criança mesmo assim e doá-la para um casal mais maduro. Favorecida por um boca-a-boca espontâneo – e majoritariamente favorável -, a comedinha teen desbancou muita gente grande com indicações para o Oscar de melhor filme, melhor atriz para Ellen Page, melhor direção para Jason Reitman e melhor roteiro para Diablo Cody, uma ex-stripper e blogueira de quem até então quase ninguém tinha ouvido falar.

Cody ganhou uma penca de outros prêmios, fama e até uma chance de trabalhar com Steven Spielberg na série de TV “United States of Tara”. Mas, em seu segundo longa-metragem como roteirista, a escritora mais cool de Hollywood parece ter errado a mão. “Garota infernal” é o oposto completo de “Juno”: pretensioso, entediante e bobo.

A expectativa em torno do filme era alta. As primeiras fotos de Megan Fox com as roupas ensaguentadas e uma expressão de desvairada fizeram os marmanjos salivarem na internet. O terreno para o terror, especialmente o de filmes de zumbis e vampiros, também nunca esteve tão propício como nos últimos meses. Mas, mesmo com a faca e o katchup na mão, Cody, Reitman (que também assina a produção) e a diretora Karyn Kusama (premiada em Sundance e Cannes com “Boa de briga”) conseguiram transformar “Garota infernal” em uma experiência indigesta do começo ao fim.

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